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Sobre o PCVC


Por que Parque Cinturão Verde?


Para um visitante desatento, o nome traz a idéia de uma grande circunferência que cerca acidade de Cianorte a formar um grande cinturão.


A característica principal do Parque Municipal Cinturão Verde de Cianorte (PMCV) é a sua localização: ele praticamente abarca o perímetro urbano da cidade de Cianorte, daí o seu nome "Cinturão Verde".


Segundo o Eleutério Langowsky*, este nome surgiu quase que por acaso. Durante as negociações entre o antigo ITCF e a CMNP, toda a correspondência encaminhada levava o nome de Reserva Florestal de Cianorte. “de repente, notamos que alguém falava cinturão verde. Especificamente, esse nome me tocou quando o Dr. Manuel Duque Bárbara que
sempre perguntava como estava a luta, falou "cinturão verde". A partir de então, passei a denominar em todos os documentos, essa área, como cinturão verde de Cianorte, nome que foi rapidamente assimilado pela população e pelas autoridades e mídia.”3.1.1.2. Histórico da criação do Parque.


Em meados da década de 1950, no início da colonização pela CMNP, a captação de água em Cianorte era feita no Ribeirão São Tomé, no local conhecido como BICA que fica na saída para o município que leva o nome do ribeirão. Na época, a CMNP tinha reservado uma Gleba com cerca de 1 mil hectares de floresta nativa visando proteger o manancial de abastecimento de água. No início da década de 1970 o governo municipal assinou contrato com a Sanepar para o abastecimento de água por rede geral. Em seguida, a água passou a ser captada no Ribeirão Bolívar.

Os proprietários dos lotes comprados da CMNP não respeitaram a obrigatoriedade de Reserva Florestal de 20% de cada propriedade Em 1984, foi instalado um escritório do ITCF em Cianorte, que passou a exigir averbação em cartório da Reserva Florestal mínima de 50%, o que gerou conflitos entre ITCF, os compradores de lotes e a CMNP.

Em seguida foi criada a Associação de Proteção do Meio Ambiente de Cianorte – Apromac, que elaborou o projeto de criação do Parque Cinturão Verde de Cianorte, apresentado ao Governador do Estado do Paraná (Álvaro Dias) em 1987, durante o I Simpósio do Meio Ambiente realizado na cidade. Esse projeto previa a instalação da Biblioteca Ambiental, do Museu, do Orquidário etc, numa área de floresta primitiva de domínio da CMNP (300 hectares) e de
outros proprietários (300 hectares), localizada às margens do Ribeirão São Tomé e dos córregos Uruçora e Imbituva.


No início da década de 1990, houve incentivo do governo municipal no desmatamento de lotes para instalação do Campus da UEM, do Shopping Nabhan, da Cheina Indústria de Confecção, e dos lotes do conjunto habitacional construído pelo Projeto Mutirão. Na época, o IAP propôs negociação para a preservação de algumas áreas nesses lotes. Em 1993, a CMNP repassou ao município um lote de 20 hectares de florestas, localizado no Manduhy
(Lei Municipal n.1534 de 7/12/93).


Em 1995 houve tentativa de negociação entre a CMNP, IAP, Apromac e Prefeitura Municipal, objetivando a doação de lotes florestados para o Projeto Cinturão Verde de Cianorte, com a seguinte justificativa: “Uma vez que não se teria valores financeiros para 1 Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte - Apromac. Cinturão Verde de Cianorte: esclarecimentos para o bema verdade. Cianorte/PR, (s/d).


*Eleutério é funcionário do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e participante da Apromac.

indenização da área à CMNP, a sugestão era que a CMNP poderia desmatar áreas não incluídas no projeto do Cinturão Verde ....”. Mas não houve continuidade na negociação.


Cinco anos depois, em junho de 1998 o Governador do Estado do Paraná (Jaime Lerner) inaugurou obras do Parque Manduhy (pista de caminhada e Centro de Educação Ambiental). No ano seguinte, o Decreto Estadual nº 387/99 instituiu o SISLEG (um mecanismo de compensação pela floresta existente), permitindo aos proprietários de áreas
de florestas compensarem Reservas Legais de outros imóveis carentes de cobertura de sua propriedade ou de terceiros.


Em 28/04/2000, a Lei Municipal (nº 2067) criou o Parque Cinturão Verde de Cianorte, envolvendo entre os lotes a seguir a seguir relacionados os que foram “doados” ao município pela CMNP3. O Parque Cinturão Verde ficou constituído pelos Lotes nº D-2 a D-10 (42,4468 hectares), D-11 a D-18 (25,289 hectares), D-212 e 22 (7,26 hectares), D-49 a D-66 (42,108 hectares), C-80 até C-107 (75,625 hectares), B-62, B-64, D-80 e D-85 (11,7414 hectares), A -150 até A-153 (10,1156 hectares), D-119 a D-134 (destacado do lote D-119 a D-139), todos da Gleba Patrimônio Cianorte, doados ao Município pela CMNP, conforme escritura pública lavrada às fls. 140/148, Livro 219-N do 2º Tabelionato de Notas da Comarca de Cianorte. Também foram anexados: a Quadra nº 57-A, da Zona 3 (20,9763 hectares) que constitui o Módulo Manduhy, criado pela Lei Municipal nº1.534 de 07/12/93, e o Lote de Reserva Florestal do Loteamento “Century Park” (8,645808 hectares), que constitui o Módulo Uruçora, criado pela Lei Municipal nº1.625 de 31/01/95.


Proposta Original de criação do Parque Cinturão Verde (projeto da Apromac apresentado em 1987) Área Total = 1.270,080 hectares (100%) Área a ser doada para o Parque = 330,098 hectares (26%) Área de Reserva Florestal da CMNP = 251,275 hectares (20%) Área a ser desmatada = 688,70 hectares (54%) Proposta Final de criação do Parque Cinturão Verde (aprovada pela Lei Municipal nº 2.067 de 28/04/2000) Área Total = 1.270,080 hectares (100%) Da área mantida no acordo, 542,130 hectares, (43%), sendo 282,371 hectares (52%) de área doada, 231,034 hectares (43%) liberados para desmate e 28,724 hectares (5%) de Reserva Legal (Mód. Manduhy + Res. Florestal do Century Park).


Atualmente, o PCVC é composto por uma área aproximada de 312 ha, dividida em quatro módulos, a saber: Corujinha, Cristalino, Uruçora e Fantasminha.


No entanto, são conhecidos mais outros três módulos, a saber: Manduhy ou Mãe Biela, Água da Bica e das Perobas. Segundo Eleutério Langowski, os nomes estão diretamente a eventos naturais como rios ou locais como histórias e ruas.


Além de prever a apresentação de um plano de manejo para o parque, num prazo de 12 meses a contar da data da
publicação da lei, o art.9º prevê que os recursos do ICMS – ecológico sejam aplicados, obrigatoriamente, na manutenção,fiscalização, preservação e melhorias do Parque “Cinturão Verde”.
 

Os módulos Corujinha, Uruçora e Cristalino estão diretamente ligados aos nomes dos córregos que percorrem ou nascem dentro dos módulos.


Para o Módulo Manduhy, o nome retirado da avenida que contorna o parque que apresenta o mesmo nome. Este módulo também era conhecido como módulo da Mãe Biela, pela famosa erosão da Mãe Biela (Figura 3.02). Mãe Biela, pelos relatos locais, seria uma antiga benzedeira cuja casa teria sido devorada pela expansão da erosão.


O módulo Fantasminha é assim denominado pelas lendas locais de que próximo ao ribeirão São Tomé aparecia um fantasma, e este córrego passou a ser denominado de fantasminha, ligando, assim, ao nome do módulo. O módulo saída da bica decorre do nome local onde havia uma antiga bica com captação de água.

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